Presa horas após o crime, a médica Nadja Tamires confirmou que atirou no ex-marido após se sentir acuada, por ele descumprir media protetiva de urgência que o impedia de se aproximar dela e da filha do casal. Em entrevista à imprensa, ainda na noite de ontem, a profissional da saúde relatou que viveu com Alan Carlos de Lima Cavalcante por 22 anos, até que a filha do casal começou a apresentar comportamento anormal, detectado, inclusive, pela escola da criança.
A médica diz que “tomou coragem” e denunciou o então marido à Polícia Civil e pediu medida protetiva, que foi concedida pela justiça alagoana. Neste domingo, 16, a médica voltava para casa quando viu o ex parado dentro de um veículo, parado sob uma árvore, desobedecendo a decisão judicial.
A mulher relata que desceu do carro e questionou o porquê dele estar ali, dando início a uma discussão. A mulher alega, ainda, que Alan Carlos fez um movimento brusco, levando ela a atirar. “Eu fechei os olhos e atirei, não sei nem quantos tiros eu dei. Eu achei que ele ia me matar”.
O CRIME
O assassinato ocorreu na tarde deste domingo, em frente à Unidade Básica de Saúde do Povoado Capim, zona rural de Arapiraca, a 120 quilômetros da capital. Alan Carlos, de 41 anos, morreu após ser alvejado com vários disparos dentro do seu veículo. O óbito foi constatado pelo samu.
Após o crime, a médica foi presa pela Polícia Militar na cidade de Atalaia, quando retornava à capital alagoana. Coube a ela indicar que a arma do crime estava no banco do passageiro do carro, sob o jaleco. Ela não esboçou resistência e disse que deixou Arapiraca por temer represálias.
DENÚNCIA DE ABUSO SEXUAL

O médico Alan Carlos foi indiciado, em setembro deste ano, pelo crime de violência psicológica contra a mulher. O crime foi investigado pela delegada Maria Fernandes Porto, que por meio de investigação confirmou o estupro de vulnerável sofrido pela filha do casal, na época com apenas dois anos.
Na manhã de hoje, o delegado Daniel Scaramello explicou que a médica será submetida à audiência de custódia e o juiz pode decidir, inclusive, pelo relaxamento da prisão, caso entenda que ela agiu em legítima defesa. Scaramello confirmou, ainda, que há uma testemunha-chave, que deve ser ouvida pela Polícia Civil.
Com Agências


